terça-feira, 18 de novembro de 2008

Fatos sobre a intolerância à lactosa

JÁ FAZ quase uma hora que você terminou de saborear o seu sorvete ou queijo prediletos. Sente um peso no estômago e mal-estar; além disso, você tem gases. Mais uma vez procura alívio tomando um remédio que começou a levar consigo. Agora você chegou num ponto em que se pergunta: “Por que o meu estômago é tão sensível?”
Se tiver náusea, cólica, inchaço, gases ou diarréia depois de ingerir leite ou derivados de leite, talvez você tenha intolerância à lactose, que é uma reação ao consumo de laticínios. O Instituto Nacional de Diabetes e de Doenças Digestivas e dos Rins relata que “entre 30 milhões e 50 milhões de norte-americanos têm intolerância à lactose”. Segundo o livro The Sensitive Gut (O Sensível Aparelho Digestivo), publicado pela Escola de Medicina de Harvard, estima-se que “até 70% da população mundial tem algum tipo de problema com a lactose”. Então o que é a intolerância à lactose?
A lactose é o açúcar natural do leite. O intestino delgado produz uma enzima chamada lactase, cujo trabalho é separar a lactose em dois tipos de açúcar menos complexos chamados glicose e galactose. Esse processo permite que a glicose seja absorvida pela corrente sanguínea. Se não houver lactase suficiente para realizar essa tarefa, a lactose inalterada chega ao intestino grosso e começa a fermentar, produzindo ácidos e gases.
Esse quadro clínico — chamado intolerância à lactose — é o responsável por alguns ou todos os sintomas apresentados acima. A lactase é produzida em grande quantidade durante os primeiros dois anos de vida, havendo depois um declínio constante em sua produção. Portanto, muitos podem com o tempo desenvolver esse quadro clínico, mas sem chegar a percebê-lo.

É algum tipo de alergia?
Alguns concluem que são alérgicos ao leite devido às reações que têm após ingerirem algum laticínio. Então qual é o diagnóstico? Alergia ou intolerância?
Os sintomas de alergia alimentar aparecem quando seu sistema imunológico se defende — produzindo histamina — contra algo que você comeu ou bebeu. Alguns sintomas são inchaço dos lábios ou da língua, urticárias ou asma. A intolerância à lactose não provoca esses sintomas porque o sistema imunológico não é ativado. Ela nada mais é do que a incapacidade do organismo de assimilar certo alimento, tendo uma reação como conseqüência.
O que pode ajudá-lo a entender a diferença? O livro The Sensitive Gut responde: “As verdadeiras reações alérgicas . . . acontecem minutos depois da ingestão de um alimento agressor. Os sintomas que ocorrem mais de uma hora depois muito provavelmente indicam que se trata de intolerância.”

O efeito em bebês
Pode ser angustiante tanto para o bebê ou criança pequena como para os pais, quando o organismo dos filhos reage mal à ingestão de leite. Se uma criança tiver diarréia, poderá ficar desidratada. Convém que os pais consultem um pediatra. Quando a intolerância é diagnosticada, alguns médicos recomendam substituir o leite por suplementos, trazendo para muitas pessoas alívio dos sintomas angustiantes.
É mais preocupante quando o diagnóstico é de alergia, o que leva alguns médicos a prescrever um anti-histamínico. No entanto, se a respiração ficar comprometida, o médico terá de fazer mais para aliviar os sintomas. Em casos raros, pode ocorrer um quadro clínico potencialmente fatal chamado anafilaxia.Se um bebê começa a vomitar, o problema pode ser a galactosemia, uma doença rara. Conforme mencionado antes, a lactase separa a galactose da lactose, mas a galactose precisa ser convertida em glicose. Se houver um acúmulo de galactose no organismo, as conseqüências poderão ser lesão hepática, deformidade renal, retardamento mental, hipoglicemia e até mesmo catarata. Conseqüentemente, é fundamental a eliminação rápida e completa da lactose na alimentação do bebê.

A intolerância à lactose é séria mesmo?
Certa jovem tinha sintomas crônicos de gases e cólicas estomacais. Seu quadro clínico se agravou tanto que ela procurou ajuda médica. Depois de alguns exames, o diagnóstico foi de uma doença inflamatória do intestino. Foi prescrita uma medicação para controlar a doença, mas ela não cortou os laticínios de sua alimentação e os sintomas persistiram. Depois de algumas pesquisas, ela percebeu que sua alimentação poderia ser responsável pelo problema e começou a evitar, de maneira sistemática, certos alimentos. Por fim, eliminou os laticínios e os sintomas desapareceram! Depois de um ano, fizeram-se mais exames e seu médico lhe disse que ela não tinha doença inflamatória do intestino. Ela sofria de intolerância à lactose. Imagine o alívio que ela sentiu!
Até o momento, não há tratamento que faça o organismo produzir lactase. No entanto, a intolerância à lactose não é considerada fatal. Então, o que pode ser feito para lidar com os sintomas da intolerância à lactose?
Por meio de tentativa e erro, alguns conseguiram detectar a quantidade de laticínios que podem ingerir. Observando a quantidade de laticínios consumidos e as reações do organismo, você descobrirá a quantidade que pode consumir.
Algumas pessoas decidiram retirar por completo os laticínios de sua alimentação. Ao fazer pesquisas ou consultar um dietista, encontraram maneiras de suprir as necessidades de cálcio com algumas hortaliças e alguns tipos de peixes e de nozes, que contêm alto teor de cálcio.
No mundo de hoje, cuidar da saúde pode ser desafiador. Mas graças à pesquisa médica e ao poder de recuperação do organismo, podemos lidar com esse problema até o dia em que “nenhum residente dirá: 'Estou doente.'” — Leia Isaías 33:24; Salmo 139:14.

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